Notícias da CODECA

Dia do Motorista: Colaboradoras da CODECA são destaque no jornal Pioneiro

As motoristas Marta Alves Borges e Neusa Valiati são tema de reportagem do Jornal Pioneiro deste sábado (24.07), alusiva ao Dia do Motorista, comemorado no domingo (25).
O texto é da repórter Juliana Bevilaqua e as fotos de Daniela Xu.
A reportagem foi uma sugestão do Depto. de Comunicação e Marketing da CODECA.
Parabéns a elas e a todos os motoristas da Companhia!

Leia abaixo a reportagem na íntegra.


·Na direção certa


Neusa Valiati e Marta Alves Borges têm motivos de sobra para comemorar o Dia
do Motorista, neste 25 de julho, no domingo. As funcionárias da Codeca cumprem
uma jornada de seis horas diárias na cabine de caminhões, prestam importante
serviço para a comunidade: a coleta de lixo. Além de dirigir, Neusa e Marta são
responsáveis pela revisão do veículo. Antes de sair da garagem, verificam água,
óleo, freio, parte elétrica e se o carro está limpo.

O serviço até pode ser pesado para duas damas, mas elas adoram:

– Não me imagino fazendo outra coisa – diz Neusa.


JULIANA BEVILAQUA

juliana.bevilaqua@pioneiro.com

·‘Adoro a liberdade’


As duas paixões na vida de Marta Alves Borges,
39, são a filha Laura, 11 meses, e o trabalho. Assim como Neusa, ela não
imagina fazer outra coisa.

– Sou motorista porque adoro a liberdade – resume.

Antes de ingressar na Codeca, em 2004, Marta era instrutora de auto-escola. A
ex-professora lembra dos tempos de aluna e de como aprendeu a dirigir:

– O cara me disse para soltar devagar a embreagem e ficou admirado: olha, tu
nem dá soco!

Natural de Bom Jesus, ela conta que os parentes têm orgulho de sua profissão.

– O pessoal diz: a filha do seu Cibélio (Borges de Oliveira, 73) é motorista lá
em Caxias – diverte-se.

A motorista dá um duro todos os dias no comando de um dos caminhões que recolhe
a sujeira nas perimetrais e nos terrenos baldios da cidade. Porém, quando está
longe do trabalho, mostra sua porção dona de casa.

– Adoro costurar, é um hobby que herdei da minha avó – diz.

·Cadê o motorista?


Exercer uma profissão que, por muito tempo, era
exclusivamente masculina, desperta a curiosidade e, infelizmente, o
preconceito.

Enquanto a família de Neusa e Marta se orgulham, algumas pessoas encaram com
estranheza mulheres ao volante.

Neusa conta já ter sido discriminada quando conduzia ônibus. Por duas vezes,
pelo menos, passageiros não embarcaram quando viram que era uma mulher
dirigindo.

Ela também cita o preconceito que crianças, inocentemente, reproduzem.

– Uma vez uma criança entrou e disse: ué, cobradora já pode dirigir? Também era
comum perguntarem: cadê o motorista? – relembra.

Marta também passou por situações semelhantes. No período em que trabalhou com
detentos do semi-aberto na Codeca, ela conta que os apenados compravam a briga
quando percebiam o preconceito.

– Quando a gente parava na sinaleira e alguém ficava me olhando, os presos
gritavam: o que foi, nunca viu uma mulher?

·Trânsito


Diferentemente da maioria, Neusa e Marta adoram
o trânsito. E se estiver tumultuado, tanto melhor. Talvez por isso, tenham se
tornado motoristas profissionais.

– O trânsito não me estressa, me acalma. Quando estou nervosa, saio para
dirigir – confessa Neusa.

– Adoro uma sinaleira – completa Marta.

Embora goste da muvuca, Neusa admite que dirigir em Caxias é complicado.

– O motorista caxiense é muito mal-educado. Pisca usa muito, mas no Natal, nas
casas – alfineta.

Marta não se incomoda tanto com o trânsito da cidade. Devido às circustâncias,
ela aprendeu a conviver com a falta de educação.

– Eu desvio das ruas movimentadas – ensina.

·‘Tem de ter braço’


Neusa Valiati, 47 anos, bem que tentou um trabalho burocrático, mas não
conseguiu.

– Não é minha praia ficar fechada – assume.

Em busca de um emprego alternativo, Neusa virou motorista. Começou trabalhando
com transporte escolar. Foram cinco anos levando e buscando a criançada no
colégio.

Depois, ingressou na Visate, onde permaneceu por nove anos. A família ficou
surpresa em ver Neusadirigindo ônibus, mas acabou adorando a ideia.

– Minha mãe até dava umas voltinhas comigo – lembra.

Há um ano, Neusa é motorista da Codeca. Dirige os caminhões de coleta nas
regiões do São Victor/Cohab, Tijuca, Reolon, Vale Verde e Mattioda. Também
recolhe livros e móveis usados nas casas dos moradores, quando há solicitação.

– A minha filha tem orgulho da mãe motora, diz que tem de ter braço – conta.

O neto Júnior, nove anos, quando soube que a avó estava trabalhando na Codeca,
ficou espantado:

– Vó, caminhão de lixo? Mas não é muito fedorento?

Viúva do primeiro casamento, Neusa conheceu o segundo marido quando trabalhava
na Visate. Humberto Valiati, 56, também era motorista. Hoje, ele está
aposentado e toma conta da casa. Enquanto Neusa pilota o caminhão da Codeca,
Humberto pilota o fogão.

– Lá em casa os papéis são invertidos. Ele lava louça, cozinha. Ele adora
cozinhar – finaliza.



Galeria de Fotos
logo da prefeitura